Certificação à prova de explosão e ATEX: Principais diferenças para ambientes perigosos
Em ambientes industriais onde os gases, vapores ou poeiras inflamáveis representam riscos de explosão, o equipamento especializado, como os sistemas de iluminação, tem de cumprir normas de segurança rigorosas. Dois termos frequentemente confundidos neste contexto são "à prova de explosão" e "Certificação ATEX". Embora ambos estejam relacionados com a segurança em áreas perigosas, diferem significativamente em termos de âmbito, regulamentação e aplicação. Este artigo clarifica as suas distinções para ajudar as empresas a escolher o caminho de conformidade correto para as suas necessidades.
O que significa "à prova de explosão"?
"À prova de explosão" é um termo abrangente que descreve o equipamento concebido para conter explosões internas e evitar a ignição de atmosferas perigosas externas. Estes dispositivos são concebidos com invólucros reforçados, caminhos de chama e materiais que suportam pressões e temperaturas extremas. As principais caraterísticas incluem:
Aplicabilidade global: As normas variam consoante a região (por exemplo, NEC na América do Norte, IECEx a nível internacional).
Múltiplos métodos de proteção: Inclui invólucros anti-deflagrantes (Ex d), segurança intrínseca (Ex i) e sistemas pressurizados (Ex p).
Conformidade flexível: Os fabricantes podem visar certificações regionais específicas (por exemplo, UL para os EUA, IECEx para mercados globais).
Este termo não está ligado a uma única certificação, mas representa uma filosofia geral de segurança para ambientes perigosos.
Compreender a certificação ATEX
ATEX (derivado de Atmosphères Explosibles) é uma certificação obrigatória por lei ao abrigo da Diretiva da UE 2014/34/UE. Garante que o equipamento utilizado em atmosferas explosivas cumpre os rigorosos requisitos de segurança da UE. As principais caraterísticas incluem:
Conformidade centrada na UE: Obrigatório para os produtos vendidos no Espaço Económico Europeu (EEE).
Classificação por zonas de risco: Os dispositivos são classificados em grupos (I para minas, II para não minas) e categorias (1-3 para zonas de gás/pó).
Normas unificadas: Alinha-se com a série IEC 60079, mas acrescenta documentação e avaliações de conformidade específicas para a UE
Os produtos com certificação ATEX apresentam um logótipo hexagonal com os códigos Ex, grupo, categoria e ambiente (por exemplo, II 2G para ambientes com gás da Zona 1).
Principais diferenças entre a proteção contra explosões e a ATEX
1. Âmbito de aplicação e requisitos legais
À prova de explosão: Um conceito de design universal sem vinculação legal. A conformidade depende das certificações regionais (por exemplo, IECEx, UL).
ATEX: Legalmente exigido para a entrada no mercado da UE. O incumprimento pode resultar na retirada de produtos do mercado ou em sanções.
2. Aplicabilidade geográfica
À prova de explosão: Adapta-se às normas mundiais. Por exemplo, a IECEx é aceite em mais de 24 países, enquanto a UL se adapta à América do Norte.
ATEX: Exclusivo para a UE. Mesmo os produtos com certificação IECEx necessitam de ATEX para serem vendidos na UE.
3. Processo de certificação
À prova de explosão: Varia consoante a norma. O IECEx centra-se nos ensaios por terceiros e nas auditorias às fábricas.
ATEX: Requer autodeclaração (para a categoria 3) ou envolvimento do organismo notificado (categorias 1-2). A documentação inclui avaliações de risco e ficheiros técnicos.
4. Normas técnicas
À prova de explosão: Segue diversas normas como a IEC 60079 (internacional) ou a NEC 505 (América do Norte).
ATEX: Obriga à conformidade com a norma EN 60079, mas acrescenta diretivas específicas da UE, como o alinhamento da classe de temperatura (T1-T6).
Escolher a certificação correta para a iluminação industrial
Para os mercados da UE:
Dar prioridade à ATEX: Essencial para a conformidade legal. Assegurar que os sistemas de iluminação cumprem os requisitos específicos de cada zona (por exemplo, Zona 1 para ambientes com gás).
Para os mercados globais:
Combinar ATEX e IECEx: IECEx simplifica as aprovações na Austrália, Singapura e noutros países membros da IEC
Considerar suplementos regionais: UL ou FM podem ser necessárias para a América do Norte.
Considerações sobre custos e tempo:
A auto-certificação ATEX (Categoria 3) reduz os custos mas limita o âmbito do mercado.
A certificação dupla ATEX/IECEx completa maximiza o acesso ao mercado, mas exige prazos mais longos.
Conclusão
Enquanto "à prova de explosão" define a capacidade de segurança de um produto, Certificação ATEX é uma porta de entrada legal para o mercado da UE. Os fabricantes de iluminação industrial devem alinhar as suas estratégias com as regiões-alvo:
Utilização ATEX para os produtos destinados à UE.
Alavancagem IECEx ou normas regionais (por exemplo, UL) para uma escalabilidade global.
Ao compreender estas distinções, as empresas podem otimizar os esforços de conformidade, reduzir os riscos e penetrar nos mercados de forma eficaz.